"Branca de Neve" estreará em meio a polêmicas
Longa da Disney já está rodeado de polêmicas, desde políticas a sociais
Divulgação / Disney |
Branca de Neve, o novo live action da Disney, estreia no Brasil na próxima quinta-feira (20) em meio a polêmicas políticas, raciais e até opiniões pessoais.
Na última quarta-feira (12), a protagonista Rachel Zegler foi à Espanha fazer a primeira promoção do filme e foi impossível não notar que a Disney abaixou as expectativas quanto à rentabilidade desse longa.
A escolha do elenco
O primeiro ponto a ser criticado pela maioria das pessoas foi a escolha de Rachel Zegler para interpretar a primeira princesa da Disney. Tanto na animação original como no conto de fadas, Branca de Neve é descrita como uma princesa cuja pele era branca como a neve, mas Rachel é americana de origem colombiana com a pele morena e fortes feições hispânicas. E foi justamente a cor de sua pele que recebeu a primeira leva de críticas. Finalmente, a atriz explicou que as audições para o filme estavam abertas para quaisquer etnias e que antes dela, a atriz mexicana Renata Vaca, famosa pelo filme Jogos Mortais X e a novela La Reina Soy Yo, era uma das finalistas, ou seja, a atriz protagonista seria uma latina de qualquer modo. Zegler disse que estava feliz em ter sido a escolhida, pois é muito difícil ver atrizes latinas com esse tipo de papel.
O fato é que as contratações de artistas negros fazem parte da tentativa da Disney em ser mais diversa. Halle Bailey, que também é negra e foi contratada para fazer Ariel em A Pequena Sereia, também enfrentou críticas por conta da sua pele. A atriz se defendeu dizendo que sereias são seres que não existem então elas podem ser de quaisquer cores.
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Rachel Zegler interpreta Branca de Neve |
A discussão sobre o nanismo
Outra crítica foi o fato do primeiro roteiro não usar anões e preferir alterar a história original. De acordo com a Disney, isso foi feito para evitar estereótipos da animação original. Finalmente em julho de 2023, foi revelado que os sete anões foram interpretados por seis atores sem nanismo e um ator com nanismo, Martin Klebba, que já interpretou um dos anões da princesa no filme Branca de Neve, um longa teuto-canado-americano de 2001 estrelado por Kristin Kreuk, Miranda Richardson e Vera Farmiga. Além disso, a Disney usou e abusou do CGI, os efeitos especiais, para que os anões se parecessem com os da animação de 1937 ao invés de contratar atores que de fato têm nanismo.
O ator Peter Dinklage, estrela de Game of Thrones, disse que a escolha da Disney em alterar a história dos anões é retrógrada. Ele completou dizendo que a "Disney estava muito orgulhosa em contratar uma latina para fazer a Branca de Neve (...) você é progressista em um lado, mas ainda assim é retrógrado em fazer com que os anões vivam numa caverna?"
Blake Johnston disse ao The Daily Mail que "temos inúmeros atores anões que estão loucos por um papel assim e a Disney sucumbiu à pressão do politicamente correto, o que gerou desemprego entre os atores anões".
A israelense Gal Gadot interpreta a Rainha Má |
Guerra entre Israel e Hamas
Teve até política no meio e o assunto virou a guerra entre Israel e Hamas. Rachel é pró-Palestina, enquanto Gal Gadot, que interpreta a rainha má, é pró-Israel. Ela não é só pró-Israel como nasceu em Israel, venceu o concurso de Miss Israel em 2004 e serviu o exército do país por dois anos. O Estado de Israel obriga que todos os seus cidadãos, ao chegarem em idade e saúde apta, sirvam às forças armadas por dois anos seguidos.
Assim que o primeiro trailer do filme foi lançado, Zegler twittou: "e não se esqueçam, Palestina livre". Já Gadot deu entrevistas falando sobre o que ela chamou de atrocidade, se referindo à invasão de Israel pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023.
Rumores apontam que as protagonistas se odeiam. Mas a Disney garante que não e como justificativa usa suas aparições juntas para promoção do filme. A última vez em que elas apareceram juntas foi no Oscar, no começo de março, para apresentar o prêmio de Melhor Filme Animado.
Opiniões da protagonista sobre a animação original
Algumas declarações de Rachel Zegler geraram controvérsia. Ela deixou claro que sempre achou que o filme de 1937 era datado e que sua Branca de Neve seria muito mais forte e empoderada. "Há um foco gigante [no filme original] na história de amor com um homem que, literalmente, stalkeia ela. Estranho! Então não fizemos isso dessa vez", disse Zegler em 2022.
Estreia contida
Na quarta-feira dia 12, Rachel Zegler foi à Espanha para estrear o filme. Quando a Disney lança seus filmes, geralmente eles os levam para cidades de grande nome como Londres, Paris, Orlando ou até Madri (capital da Espanha), mas nesse caso, o estúdio optou por uma cidade no nordeste da Espanha. Como justificativa, a escolha dessa cidade foi porque o castelo usado como plano de fundo serviu de inspiração para a animação original, de 1937.
Os jornalistas, porém, notaram que a Disney queria uma estreia mais contida. Quase ninguém foi convidado para a performance de Zegler, que fez uma rendição de Waiting on a Wish, tampouco para o tapete vermelho. Fontes dizem que a estreia em Los Angeles, na semana que vem, será ainda menor.
O filme custou quase 1.6 bilhões de reais e deve ver uma bilheteria contida depois de tanta polêmica pairando por quase três anos.
Branca de Neve deve ser o último na lista de live actions feitos pela Disney. Tudo começou com Malévola, em 2014, e seguiu com Aladdin, A Bela e a Fera, A Pequena Sereia, Dumbo e os mais bem-sucedidos dessa lista, O Rei Leão e Cinderela.
No Brasil, o filme estreia na quinta-feira, 20 de março.