Alanis Morissette leva profissionalismo e nostalgia ao Lollapalooza 2025

Veterana caminhou pelo palco, bateu cabelo e levou nostalgia ao Lolla 2025

Alanis em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo


A canadense Alanis Morissette é figura carimbada em nosso país. Sempre que pode ela marca shows por aqui. Em 2025 não foi diferente. A natural de Ottawa trouxe uma turnê chamada 2025 World Tour que já começou com um vídeo de retrospectiva da carreira. Músicas como So Pure e Eight Easy Steps estiveram presentes no vídeo, mas não no show. Não importa, os fãs de Alanis gritavam essas canções da mesma forma. Na grade que separava o palco da plateia, estavam os fãs mais fieis, aquele que chegaram cedo e assistiram a todos os shows para esperar o último ato do palco Samsung Galaxy.

Hand In My Pocket, música do fantástico Jagged Little Pill (1995), iniciou o show e levou os presentes à loucura quando Morissette tirou uma gaita do fundo do palco e começou a tocar ao vivo, prática que é comum em seus shows desde o lançamento deste álbum, mas que ainda encanta os fãs. 

Alanis não é uma artista pop. Em seus shows não tem coreografias, danças sensuais e muito menos um corpo de balé profissional. É ela, um baixista, um baterista, dois guitarristas e seu microfone. Com fio, para valorizar sua voz. No começo de sua carreira, foi chamada de raivosa por letras como You Oughta Know. Mas se ela não tivesse passado por isso, outras, hoje em dia, não conseguiriam ser livres para se expressar do jeito que quisessem.

Alanis em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo


Como é de se esperar do público brasileiro, as 60 mil pessoas que viram Alanis (número informado por estimativas da imprensa, mas não confirmado pela assessoria do Lollapalooza) estavam cantando junto com ela, inclusive num set acústico que levou ao palco uma bandeira do Tibet incompleta, talvez para não irritar as autoridades chinesas, visto que Alanis é uma cantora global, e contou com Rest, Mary Jane, Flinch e Perfect.

Deixando Ironic, All I Really Want, You Oughta Know, Uninvited e Thank U para o final, a plateia foi ao delírio e Alanis evitou que o público a abandonasse no meio do show, já que o astro Shawn Mendes iniciaria seu concerto dez minutos depois que Morissette saísse do palco. Quem foi ver Shawn, saiu correndo depois que Alanis deu o último tchau. 

Aliás, a cantora é sempre muito simpática, mas parece não se comover com declarações de amor vindas de seus fãs, ou pelo menos manteve o profissionalismo, que é esperado de uma artista com 40 anos de carreira. Em vários momentos se ouvia "I love you" ou até mesmo "Eu te amo", mas Alanis não respondia o que ela com certeza ouvia devido à distância do palco para a plateia. Ela só respondeu quando todo o público gritou em uníssono "We love you" [Nós te amamos]. Ainda assim, ela apenas sorriu e disse obrigada, embora estivesse visivelmente feliz.

Alanis em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo


Mas nada disso importa. Seus fãs fieis não esperam muito mais que isso, pois eles querem ver o furacão Alanis Morissette em ação. Os curiosos estavam lá mais por Jagged Little Pill e talvez Supposed Former Infatuation Junkie (1998) e saíram anestesiados com o que viram. 

A cantora mantém sua essência mesmo com seu vasto catálogo. E é isso que a gente quer ver!

Alanis em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo

Alanis em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo

Alanis em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo