Com o lançamento o artista mergulha em um dos momentos mais maduros e pessoais de sua carreira.
Por Bruno Silva
Foto: Divulgação |
Filipe Ret sempre esteve um passo à frente no rap e no trap nacional. O seu sétimo álbum de estúdio, "Nume" é um projeto ousado para o momento do rap e do trap: 15 faixas autorais, com uma única participação especial de Maru2D na música "Acima de Mim Só Deus". Com uma estética sonora que transita por todas as fases da sua carreira, Ret opta por um caminho sem feats para buscar algo essencial, com ênfase na lírica e na musicalidade. O artista convida o público a ir na direção ao que ele define como seu "núcleo intocável e incorruptível. "
O próprio nome do álbum – Nume – carrega um significado potente. A palavra "nume" vem do latim e se refere a uma divindade ou poder sagrado. Para Filipe Ret, esse conceito não é apenas um título, mas a essência do que ele pretende comunicar com sua música. Nume é o fechamento de uma trilogia iniciada com Imaterial (2021) e seguida por Lume (2022).
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Mais do que um álbum, Nume é uma declaração de princípios, um manifesto que sintetiza a sua visão do mundo e de si mesmo. Desde a primeira faixa, "Da Onde Eu Venho", até o encerramento, "Tua Fé", as rimas intensas, o lirismo, o boombap e o trap aqui são alinhados com um propósito maior: expressar o que significa, para o artista, ter chegado à plenitude, como parte de algo divino e humano ao mesmo tempo.
A capa de Nume é um detalhe especial do projeto. Fotografada pelo filho de Ret, Theo (7 anos), a imagem revela o artista olhando diretamente para a câmera, com uma expressão que parece conter memórias e sonhos, esperanças e desafios. Theo capturou o pai durante as gravações dos visualizers das músicas, em um momento de sintonia entre arte e família. O gesto de intimidade reflete a natureza pessoal e reflexiva de Nume, que se mostra um resgate de suas origens e um retorno ao essencial, ao mesmo tempo que aponta para o futuro.