"THE CELEBRATION TOUR" COMPLETA UM ANO

Turnê marcou retorno da rainha do pop aos palcos após grave infecção bacteriana
Por: Mateus Buzzo

Madonna cantando "Nothing Really Matters" em Londres / Foto: Reprodução


Em 14 de outubro de 2023, Madonna deu início à sua turnê de comemoração aos 40 anos de sua carreira. "The Celebration Tour" viu seu início ser adiado em três meses devido à uma grave infecção bacteriana que a diva sofreu em junho/2023. 

Sua primeira turnê inteiramente em arenas, a primeira desde a Rebel Heart Tour, também viu todos os seus ingressos esgotados. Em nenhuma data era possível encontrar ingressos disponíveis em nenhuma seção. Ingressos esses, que foram considerados os mais caros da história de Portugal. Por lá, o ingresso mais barato custava €40, mas o mais caro custava €1200 sendo que o salário mínimo do país era €760. Estima-se que a turnê rendeu cerca de $230 milhões com 80 shows pagos e uma audiência de 1.1 milhão de pessoas.

Isso tudo sem contar com o principal: o show no Rio de Janeiro. O Banco Itaú decidiu, em parceria com a Prefeitura da capital fluminense, que comemoraria seu centésimo aniversário com a festa da rainha do pop comemorando seu quadragésimo ano de carreira. Sendo assim, Madonna encerrou a "Celebration Tour" com um show gratuito nas areias de Copacabana e arrastou uma multidão de 1.6 milhões de pessoas, o maior de sua carreira, o maior público para o show de uma mulher e o sexto show mais assistido do mundo.
Em 2h30 de show, Madonna revisitou todas as fases de sua carreira e cantou músicas não interpretadas há muito tempo como Bedtime Story e o ato de abertura Nothing Really Matters. A rainha não deixou os maiores hits de fora. Live to Tell foi um dos atos mais emocionantes, pois relembrou antigos amigos e personalidades, inclusive brasileiras, que perderam a vida para a AIDS. Erotica viu o retorno de Dita (seu alter-ego assumido em 1992) para os palcos além de recriar a cena de masturbação, que foi o ponto mais polêmico de sua turnê "Blonde Ambition", em 1990, no ato de Papa Don't Preach.

Madonna cantando "Like a Prayer" em Paris / Foto: Reprodução


Like a Prayer foi cantada numa capela em forma de carrossel com imagens religiosas envolvendo a cantora e seus dançarinos. Em Los Angeles, Kylie Minogue, outra diva pop que começou a carreira há 40 anos, se juntou à Madonna no palco para cantar I Will Survive e Can't Get You Out of My Head. No Rio, Pabllo Vittar cantou Music num ato que emocionou a todos os presentes.
Para encerrar o show, Bitch! I'm Madonna viu os dançarinos desfilando pelo gigantesco palco vestidos de Madonna, em suas diferentes fases, enquanto a cantora vestia luvas e um corset azul e se despedia do seu fiel público gritando o nome da música, que significa "vadia! eu sou a Madonna", proclamando que é até hoje a maior representante da música pop no mundo.

Madonna cantando "Music" no Rio de Janeiro / Foto: Manu Scarpa


Com esse grandioso evento no Rio, 81 shows foram feitos para quase 3 milhões de pessoas. As críticas foram todas positivas, dizendo que essa era a melhor auto-biografia que um artista poderia fazer. Outros foram além, dizendo que a "Celebration Tour" superou a grandiosidade da "Confessions Tour" e a tecnologia da "Rebel Heart Tour". A economia das cidades onde a rainha passou também foi afetada. Seu único show em Estocolmo, na Suécia, não só levou 40 mil fãs à Tele2 Arena, como viu as reservas de hotéis na cidade aumentar em 50%. Já em Londres, 90% dos hotéis próximos à O2 Arena foram reservados e nunca houve tantas aprovações de visto para cidadãos da Índia e Turquia de uma só vez. Já no Brasil, os economistas chamaram as variações na economia de "efeito Madonna". Para os cofres públicos da cidade, cerca de R$300 milhões foram arrecadados, o que representou 30 vezes mais do que os R$10 milhões investidos pela Prefeitura. Buscas por passagens aéreas aumentou 82% comparado com o fim de semana anterior e pesquisas de hotéis no Rio pela plataforma Airbnb aumentou 1000%, o que fez com que os visitantes estrangeiros no Brasil aumentasse 27,3%. 

As únicas reclamações foram para os atrasos de Madonna. Um fã que a assistiu no Barclays Center, em Nova York, a processou pelo seu atraso de mais de duas horas. Outro fã que viu o show em Washington D.C. também processou Madonna por desrespeito (esse tipo de processo judicial pode ser aplicado nos Estados Unidos), mas errou ao citar a arena, a Capital One Arena, dizendo que o local era desconfortável. O processo então foi anulado, visto que as dependências do local do show não são de responsabilidade dos artistas.
Madonna tem histórico de longos atrasos, mas "milagrosamente" atrasou apenas 40 minutos no Rio de Janeiro, o menor tempo registrado nessa turnê.

Madonna celebrou os 40 anos de uma carreira que é impossível falar que teve altos e baixos. Na verdade, sua carreira só teve altos. Os seus fãs agradecem!


Madonna cantando "Papa Don't Preach" em Londres / Foto: Reprodução

Madonna cantando "Live to Tell" em Colônia / Foto: Reprodução

Madonna cantando "Bad Girl" em Paris / Foto: Reprodução

Madonna cantando "Bitch I'm Madonna" em Paris / Foto: Reprodução

Madonna cantando "Die Another Day" em Londres / Foto: Reprodução

Madonna cantando "Holiday" no Rio de Janeiro / Foto: Pablo Porciuncula-AFP

Cenário do show em Copenhague / Foto: Reprodução

Madonna cantando "Bedtime Story" em Colônia / Foto: Reprodução