JOSS STONE FAZ SHOW EM SÃO PAULO E AFIRMA TÍTULO DE DIVA DO SOUL

Inglesa cantou no Espaço Unimed
Por: Mateus Buzzo

Joss Stone em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo


Joss Stone foi mais uma das artistas que aproveitou sua passagem no Rock In Rio para marcar mais shows pelo nosso país. Essa não é a primeira vez, e com certeza não será a última, que a britânica de 37 anos pisa em nosso país. A primeira vez, na verdade, foi em junho de 2008 quando promoveu seu terceiro álbum, o excelente “Introducing… Joss Stone” (Virgin, 2007) e desde então Joscelyn, como se chama fora dos palcos, sempre visita nosso país pelo menos uma vez a cada dois ou três anos.

Agora Stone trouxe sua turnê “Ellipsis” que é uma celebração dos seus sucessos. Foi exatamente isso que ela e seus 5 mil fãs no Espaço Unimed fizeram: celebraram seus 20 anos de sucessos. Sempre elegante, descalça em seu tapete e com um lenço amarrado ao pedestal do microfone, ela começou com um medley incluindo "You Had Me" e "Super Duper Love (Are You Diggin' on Me)", do seu segundo e primeiro álbuns respectivamente, e estava tão animada que desceu do palco e foi cantar com seu público fiel para desespero dos seguranças. Pegou bandeira do Brasil das mãos de um fã e amarrou ao seu lenço ficando com a bandeira exposta até o fim.


Joss Stone em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo



Quando cantou "Spoiled", explicou que evitou cantar a música por anos porque o moço pelo qual ela escreveu a canção, simplesmente não merecia, mas que hoje em dia ela apenas segue em frente. Casada, com filhos, Joss já se apresentou nessa mesma casa, em 2022, grávida para promover "Never Forget My Love" (Bay Street Records, 2022), seu oitavo disco de estúdio. Realmente, a fila andou. 


Entre músicas dedicadas a seu marido e seus filhos, Stone começou um medley disco que começou com  "Everybody Dance", cover do grupo oitentista Chic. Seu público, bem variado por sinal, vibrava a cada nota que ela dava. Já durante "Wankerman" ela disse que aprendeu a palavra "vacilão", que é quase uma tradução literal para o nome da música, mas a plateia deixou a palavra um pouco mais grosseira e Joss foi no embalo de sua plateia. A empolgação foi tanta que ao encerrar o ato, ela fez a pergunta mais famosa em nosso país no momento: “que show da Xuxa é esse?”. Obviamente, o público foi ao delírio.


Joss Stone não esconde seu amor pelo Brasil. Como de costume, ela sempre tenta fazer a performance mais intimista possível e sempre solta vários "eu te amo" e "obrigado", em muito bom português mas sem esconder seu delicioso sotaque britânico.


"Tell me bout it", sucesso absoluto de "Introducing...", veio num mash-up com "Young hearts run free", de Candi Staton, e "We are family", de Sister Sledge, e a diva fazia questão de ficar sempre atrás de suas backing vocals mostrando que ela sozinha não faz o espetáculo. Aliás, sua banda composta por quatro backing vocals, saxofonistas, guitarristas e um tecladista era poderosa e ajudaram a dar o que o público queria. 


Joss Stone em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo



A proposta original era encerrar com "Right to be Wrong", mas o público pediu "Karma" e Joss obedeceu, pedindo ajuda da plateia, pois assumiu esquecer a letra com facilidade. Jogando girassóis para a área de pista, Stone saiu do palco encerrando sua apresentação de 80 minutos. Os fãs saíram extasiados. 


Joss Stone é uma artista simples, que é acompanhada por sua banda, um microfone, seu tapete e seu lenço. Seus shows são apenas para ouvir sua voz. Não há extravagâncias como faz uma diva pop, mas seu carisma, talento e presença de palco são tão fortes que após 20 anos de carreira Stone ainda afirma o título de diva da soul music.



Joss Stone em São Paulo / Foto: Mateus Buzzo