GLORIA GAYNOR FAZ SHOW ECLÉTICO E MOSTRA RESILIÊNCIA EM SÃO PAULO

Diva da disco music cantou no Espaço Unimed
Por: Mateus Buzzo

Gloria Gaynor em São Paulo / Foto: Michael Alfredo

Gloria Gaynor é definitivamente uma das últimas divas da disco music ainda na ativa e agraciou a cidade de São Paulo com um show no Espaço Unimed na noite desse sábado (21).

Ela começou sua apresentação com “Goin’ Out of My Head”, um cover de Little Anthony & The Imperials, lançada pela própria em 1978, mas originalmente gravada em 1964. Com um vestido azul e colar de joias, Gaynor agradeceu o público presente na casa de shows paulistana em português e continuou com “Unstoppable” da britânica Sia. Nessa hora, inclusive, uma falha em seu microfone fez com que seu vozeirão sumisse por alguns segundos até uma de suas backing vocals trocar o aparelho para o delírio dos presentes.

Gloria Gaynor em São Paulo / Foto: Michael Alfredo

“Never Can Say Goodbye” foi um dos pontos altos do show. Toda a plateia cantou com Gloria mas era impossível não notar sua poderosa voz. O momento da nostalgia havia chegado definitivamente, embora pairasse a todo instante na casa de shows localizada na Zona Oeste da capital.

A verdade é que a diva conseguiu unir os anos 70 e 80 com os atuais 2010 e 2020. Isso mostra não só o vasto catálogo de Gloria Gaynor, mas também mostra a versatilidade da cantora.

Gloria Gaynor em São Paulo / Foto: Michael Alfredo

Além de Gloria, sua banda, composta por saxofonistas, guitarristas, bateristas, trompetistas e backing vocals estavam tão engajados no show quanto a artista principal. Um conjunto poderoso e super talentoso ajudava Gaynor a deixar a apresentação ainda mais animada do que o público esperava. Aliás o público também chamava atenção por sua ecleticidade.

Dentre os vários covers que fez, “Beautiful” de Christina Aguilera e “Happy” de Pharrell Williams se destacaram com o público mais jovem e músicas de Donna Summer (“Last Dance”, “MacArthur Park” e “Heaven Knows”) fizeram sucesso com o público sênior ali presente, mas ninguém ficou parado, afinal, como a própria Gloria falou, agora ela cantava as músicas da “melhor de todas”. Summer, que faleceu em 2012, estourou nos anos 60, 70 e 80 como a diva absoluta da disco music e é conhecida por ser a precursora do gênero, que também é o forte de Gloria Gaynor.

Gloria Gaynor em São Paulo / Foto: Michael Alfredo

Embora não tenha cantado músicas famosas de seu repertório como "I Am What I Am" e "Let's Make a Deal", Gaynor levou seu álbum gospel, e ganhador de Grammy, "Testimony" (Geither Music Group, 2019) e se declarou "100% cristã" para o público.

Gloria Gaynor em São Paulo / Foto: Michael Alfredo

Obviamente Gaynor deixou o melhor para o final. O maior hino de aceitação e perseverança, já gravado e regravado inúmeras vezes por inúmeros artistas, jamais ficaria de fora do setlist e foi cantado por absolutamente todos os presentes no Espaço Unimed. “I Will Survive” encerrou o show sob gritos de histeria e euforia. Coberto com as luzes do palco formando as cores da bandeira LGBT, propositalmente ou não, o público misto de diversas etnias e orientações sexuais se entregou de forma apoteótica. A área de pista no Espaço Unimed virou uma pista de dança dos clubes dos anos 70. Gloria agradeceu em português, se foi, retornou sob aplausos e cantou "Everybody Dance" finalizando de vez o seu show 90 minutos depois do início.

Há poucos dias, a diva fez 81 anos de idade e embora limitações físicas tenham ficado claras durante sua apresentação, nada deteve Gloria Gaynor. De pessoas que a viram no auge de sua carreira nos anos 1970 a pessoas nascidas nos anos 2000... todos dançavam e cantavam sem parar. Uma mistura da nova geração com celulares erguidos filmando e fotografando a artista sem parar e a velha-guarda curtindo e pulando sem o auxílio da tecnologia... todos estavam unidos por uma só razão: a resiliência da disco music!

Veja fotos de vídeos da apresentação abaixo.